Jardins da Paz

Não demora muito para chegarem no local onde ela sentia que deveria ir. Sua visão ainda não estava cem por cento por estar ferida, mas ela enxergava pelo menos. Seguindo as orientações de Milorde, Zarinah retira uma venda de dentro de sua bolsa e a carrega Jardim adentro.

A sensação de que deveria estar ali crescia e enquanto caminho pelo local, quando a sensação fica mais forte, ela coloca a venda em seus olhos e aguarda aquele que a libertara de seus grilhões e lhe mostrara a verdade sobre a Camarilla.

Ela tinha certeza que não seria decepcionada por Milorde e não demora para ela ouvir a voz dele, deliciando-a dos pés à cabeça. Ela segue a voz masculina e ouve as crianças, desta vez ela não sentia medo delas, apenas tinha vontade de passar a mão na cabeça delas, como um carinho, mas era difícil perceber onde essas crianças estavam.

Depois de um tempo de caminhada, curto, mas ainda assim agradável, ela retira a venda depois da ordem dada. Mas a voz era diferente, era feminina, e seus olhos viam algo que ela não acreditava, uma mulher era Milorde. Ou seria outra pessoa que servia Milorde? Seus olhos ainda não estavam completamente curados e Zarinah pensa que poderia ser isso que a confundia.

-Mi....Milorde....?

A voz feminina era um pouco familiar, mas infelizmente não completamente conhecida para que Zarinah soubesse de pronto a quem a voz pertencia. A Nosferatu olha para os lados procurando uma outra pessoa, mas em seu íntimo sabia que era Milorde que falava.

-Eu não...

E imediatamente se ajoelha para Milorde em sinal de respeito. O conjunto de roupas que Milorde usava era muito peculiar e interessante.

-Para mim?

Seus olhos brilhavam com o presente de Milorde, mas ela fica impressionada por ela saber do que tinha acontecido no começo daquela noite.

-Espero que minhas ações nesse começo de noite não atrapalhem seus planos, Milorde. Acabei cometendo um deslize...peço-lhe perdão.

E desta vez, antes de pegar a taça, ela abaixa a cabeça com vergonha. Tinha agido sem a orientação de Milorde e tinha um pouco de medo de ser punida mais uma vez com a retirada de seus olhos ou com coisa pior. Nesse momento ela faz uso de seu sangue para curar completamente seus olhos.

Ela estende a mão na direção da taça, evitando olhar diretamente para os olhos de Milorde e bebe da vitae oferecida sem pestanejar.

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OFF: Usado 1 de fdv e 5 pontos de sangue para curar 1 de agravado.

'- Você ajudou meus planos, Zarinah... e se continuar eficiente, na próxima noite terá o prazer de ver meu rosto. Por hora, seu prêmio é ouvir minha bela voz.' - diz pegando a taça após a Nosferatu tomar todo seu conteúdo.


A cainita na frente da Escondida diz:


'- Nós culparemos os Lobisomens pela morte, mas eu quero que fique plantado na Camarilla que existe um traidor dando informações aos Lobisomens... que eles suspeitem que um traidor levou ao esconderijo do Primógeno Nosferatu...'


Ela faz uma pausa e prossegue:


'- E quero que você assuma o cargo dele. Quero que ganhe poder.'


E, finaliza:

'- E quero que prove a lealdade à mim... como o incidente do começo da noite não foi planejado, eu quero algo mais... eu quero ver sua eficiência... eu quero ver Henry Lee Sung queimar, queimar até a morte... antes do fim da noite.'

-Fico contente em ouvir que já o ajudei, Milorde. Sua voz já me é o suficiente.

Mas a Nosferatu ficava confusa com o modo que deveria tratar o ser que estava à sua frente. Mas sabia bem dos usos da Ofuscação e ele poderia estar se escondendo para manter sua identidade oculta.

-Também pensei em culpar os lobisomens no ataque. Mas Milorde foi mais além. Posso plantar a semente de que há um traidor na Camarilla. Isso fará com que as fundações dessa seita falida comecem a ruir aos poucos. Mesmo que a acusação de traição não seja, em um primeiro momento, acolhida pela maioria.

Abriu um sorriso malicioso enquanto se levanta. E quando ela recebe a tarefa de queimar Henry Lee Sung, rapidamente ela responde:

-O traidor pode vir a ser o próprio monsieur Sung. Na noite anterior ele e monsieur Vasseur criaram uma situação desagradável diante de monsieur Leroux e monsieur Cara de Rato. Isso poderia ser a justificativa perfeita para plantarmos a ideia de que ele trabalha em conluio às Bestas da Lua e resolveu apagar o Primógeno como uma forma de vingança.

Pensa por alguns segundos e completa:

-A não ser que Milorde prefira que ele seja queimado literalmente. Nesse caso posso desenvolver alguma coisa que possa ser ter um resultado satisfatório para nós.

Infelizmente ela não via, naquele momento, como conseguir o cargo da Primogenia na corte.

-Preciso pensar em como assumir o cargo da Primogenia Nosferatu. O príncipe gosta de segredos e ainda não tenho nenhum que possa dividir com ele e ganhar sua confiança para assumir a Primogenia. Milorde teria alguma ideia ou um norte para me orientar?

Sem delongas, a Nosferatu responde Milorde com a maior educação do mundo. Sua etiqueta não era esquecida nem quando conspirava contra a Camarilla e seus membros:

-Será fácil criar algo em cima do que ocorreu na noite anterior. O estopim do desagrado partiu de monsieur Vasseur e monsieur Cara de Rato e o falecido Primógeno não gostaram nada das atitudes do Toreador.

Ela pensa sobre como "queimar" Henry e começa a fazer planos quanto a isso.

-Seria muito impertinente de minha parte dizer que essa narrativa pode demorar mais do que essa noite, Milorde? E que queimar monsieur Sung também pode demorar. Claro que me empenharei nisso, mas como entrei para um grupo de caça das Bestas da Lua, onde o líder é um Ventrue, terei outras tarefas nesse meio tempo e não gostaria de deixar esse grupo para não chamar atenção indesejada, ainda mais depois do que realizei junto ao Primógeno.

Tinha certo medo de ser repreendida, mas tinha que colocar todas as cartas na mesa para que Milorde não se decepcionasse caso a tarefa levasse mais tempo do que deveria.

-Procurarei a primógena Toreador ainda essa noite para que possamos estreitar laços com ela. Obrigada pelas orientações, Milorde.

Zarinah aguardava as considerações de Milorde para poder respondê-lo ou se despedir para continuar os planos dela e de seu salvador.

'- A Narrativa sim, as chamas não. Quero ver sua capacidade máxima em ação ainda essa noite... a caçada vai esperar, o Ventrue está muito ocupado tentando sair da prisão antes do próximo banho de sol...' - diz, rindo, a voz feminina.

A Nosferatu não tinha como contra-argumentar a respeito de Henry, mas gostou bastante de saber sobre a prisão do Ventrue.

-Monsieur Kennedy preso? Que grata notícia que me forneces, Milorde.

E sorri para ele em sua forma feminina.

-Darei meu melhor para queimar monsieur Sung ainda esta noite enquanto vou construindo a narrativa de traição de monsieur Vasseur.

Zarinah observa seu redor sem um objetivo real e volta seu olhar para a figura feminina à sua frente:

-Se me permite Milorde, despeço-me de ti para que eu possa dar andamento em nosso plano. Gostaria de deixar meu número de telefone contigo, caso seja necessário entrar em contato comigo nas próximas horas da noite.

Seu tom era muito educado e respeitoso. Caso Milorde aceitasse, Zarinah passaria seu número a ele, caso não, aguardaria as despedidas e seguiria para a saída dos Jardins da Paz. Mas a Nosferatu não duvidava que ele já teria seu contato com as informações sigilosas que já tinha conseguido sobre as ações da Escondida.

A Nosferatu deixa seu tutor e segue pelos caminhos tortuosos dos Jardins da Paz em direção à saída. Ela pega seu celular e imediatamente liga para Henry Lee Sung.

Com o fim da ligação telefônica com o Toreador, Zarinah então se encaminha para a saída dos Jardins da Paz. Dá sinal a um táxi que passava e adentra o veículo. Muito educada, ela orienta o taxista para a levasse até seu objetivo, que era o Elísio.

A Nosferatu tinha esperanças de encontrar a Primógena Toreador no Elísio e quem sabe já conseguir estreitar laços com ela.

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