Mansão Van Hagen

Depois de algum tempo o taxista indica que haviam chegado e Leon começa a avaliar o local. A casa parecia enorme e impecável. Certamente Esther nem notaria a presença dele ali se quisesse.

O Ventrue paga o motorista e logo depois de retirar suas malas ele toca a campainha da mansão.

Leon é recebido por um homem que ele julgou a primeiro momento se tratar de Andrew, mas logo o carniçal se apresenta com outro nome. O Ventrue cumprimenta Roy e então ambos começam a caminhar para o interior da mansão.

Não leva muito tempo até que Leon pudesse avistar Esther falando ao telefone e, aparentemente, falava dele. Não tinha muito o que prestar atenção ali, mas outros já haviam sido informados de sua chegada a Bruxelas.

“Como era de se esperar…”

Leon não tem tempo de agradecer pela hospitalidade, pois logo Esther já o convida a seguirem para seu escritório. Enquanto caminhava junto a Primógena o Ventrue aproveita para fazer as formalidades:

- Obrigado, senhora Van Hagen. Principalmente por dispor um pouco de seu tempo.

O Ancillae sabia que a mulher era alguém extremamente ocupada e ter uma reunião com ela antes de tudo podia significar que ela queria avalia-lo antes do Príncipe para saber “que diabos meu Clã está enviando para essa cidade”.

Leon seguia em silencio, apenas observando a decoração de seu novo lar temporário, até finalmente chegarem ao escritório. O Ventrue nota a semelhança do local com seu escritório em Nova Iorque, mas logo sua atenção volta para Esther.

Leon senta na poltrona diante de sua Primógena e escuta o que ela tinha a dizer. Certamente foi extremamente conveniente o convite que recebeu, pois ele já pretendia vir a Bruxelas por conta das ultimas informações que havia recebido.

Ao termino das palavras da Ventrue, Leon sorri e a responde:

- Muito obrigado senhora Van Hagen, agradeço as boas vindas. Já pretendia vir a Bruxelas a algum tempo, mas diga... De que projeto estamos falando?

O Ventrue escuta com atenção tudo que era dito por Esther enquanto se ajeitava na poltrona, olhando-a com um semblante curioso e analítico.

Para Leon, Corrie era uma lenda, mas Quasímodo era alguém que ele nunca ouviu falar de grandes feitos.

- Entendo... Bem, eu não conheço Quasímodo, ao menos não me recordo de ter ouvido falar dele, mas Corrie é uma lenda entre nós. Será um trabalho muito complicado tira-lo do poder.

Leon coça o cavanhaque algumas vezes e depois conclui:

- Temos alguma aliança forte nessa cidade? Alguém com quem podemos contar quando chegar a hora de assumirmos o principado?

Leon escuta a resposta desgostosa de Esther e a compreende. Ela provavelmente não tinha boas relações com os Brujah e nem ele mesmo teve durante seus dias de não-vida, mas não podia negar que o vampiro era bem relacionado em sua cidade.

"- Além de poderoso."

O Ventrue não esconde a surpresa de ouvir que detinham um bom relacionamento com o Clã Tremere, mas somente os feiticeiros não iriam garantir seu principado quando a hora chegasse.

- Além do próprio Quasímodo e, consequentemente, o Clã Nosferatu, quem são nossos concorrentes ao principado quando o atual deixar o poder?

Leon simplesmente não acreditava no que ouvia. Ele tentava buscar de onde a Ventrue havia tirado esse devaneio, mas prefere afastar seus pensamentos. Afinal de contas estava lidando com a Primógena de seu Clã e uma relação ruim com ela só iria dificultar sua estadia ali.

Felizmente o telefone de Esther toca e ela começa a conversar com alguém que contava sobre um ataque, aparentemente feito ao Clã Tremere, e em seguida é marcada uma reunião com um dos feiticeiros.

Assim que a atenção é voltada para si, Leon prefere ignorar o devaneio anterior da Primógena e aproveita para focar naquele assunto que muito lhe interessava:

- A movimentação do Sabá tem aumentado?

Aparentemente as informações que recebeu eram reais. O Sabá, que estava quieto a tanto tempo, resolveu começar a se mover novamente e tinham o mesmo interesse que eles pela três cidades.

"Mas será que pelos mesmos motivos?"

Se pergunta o Ventrue enquanto analisava a informação. Ele então suspira longamente e comenta:

- Esses malditos causam bastante problema em Nova Iorque, mas felizmente eu já lido com esse lixo a bastante tempo.

Leon olha o relógio em seu pulso para conferir as horas e diz:

- Aproveitando senhora, sem querer abusar de sua generosidade, eu gostaria de conhecer os representantes da corte da cidade. Isso certamente me ajudará bastante a conquistar os resultados que o buscamos.

- A senhora disse que iria ao Elísio mais tarde. Se importaria que fosse junto para conhecer alguns membros?

Leon estava interessado em conhecer os membros da corte, mesmo que fossem poucos naquela noite, era melhor começar a se mover do que ficar parado esperando a "sala encher".

"Ao menos assim talvez eu consiga identificar o maior número de suspeitos possível. Se é que eles já estão aqui..."

A ultima pergunta de Esther deixa o Ventrue novamente incomodado, mas dessa vez por se sentir um "estranho no galinheiro", já que ele não fazia ideia do que sua Primógena estava falando.

- Sinto dizer que não. Como disse, foi uma feliz coincidência que tenha vindo para Bruxelas neste momento... Algo que eu possa saber, ou meus dignitas atuais ainda me proíbem de tais informações?

O Ventrue estava curioso, pois por mais que estivesse lutando contra o Sabá desde o inicio de sua não vida, talvez ali, em Bruxelas, fosse a chance de sua ascensão dentro do Clã.

A pergunta era pertinente e Leon sentia que estava sendo testado com ela. O Ventrue se ajeita na poltrona e responde de forma clara a sua Primógena:

- Faço o que for preciso pelo bem do Clã e da Camarilla, senhora Van Hagen. O que for preciso.

O Ventrue falava de forma séria, com enfase maior em suas ultimas palavras. Se o Clã estava se movimentando para uma grande jogada ele certamente não poderia ficar de fora disso e muito menos ser um peão daquele jogo que estava se formando.

O Ventrue escutava tudo que era dito com um semblante sério e com a mão novamente massageando seu cavanhaque. A jogada era ousada e Leon sentia que se seu coração ainda batesse ele estaria acelerado agora.

Agora não havia volta e, mesmo que houvesse, ele não pretendia voltar. Se a vaga de príncipe estaria em aberto ele ocuparia essa vaga. E com os recursos que obtivesse iria esmagar o Sabá da Europa de uma vez por todas.

- Entendi perfeitamente... Senhora Van Hagen, por mais casual que tenha sido minha chegada à Bruxelas, eu seria um tolo se pensasse em ficar de fora de algo tão importante para o Clã como esse "boom".

- Não só pretendo fazer parte disso, desde já gostaria de deixar em evidencia meu interesse de ocupar o principado de Bruxelas quando Quasímodo cair.

Leon imaginava como fazer as coisas acontecerem, mas para isso precisaria dos jogadores certos ao seu lado para vencer.

- Estou ciente.... É por isso que gostaria de humildemente lhe pedir para ser seu secretário.

Diz o Ventrue com um semblante sereno em seu rosto, mas logo explicando o porquê de seu pedido:

- Assim poderá avaliar mais de perto a qualidade de meus serviços e também terei mais razões para interagir com as outras duas cidades sem levantar atenção.

- Fora que me deixará mais próximo das interações com os outros membros da corte....

 Leon Smith Kennedy pode incluir Status 1 na ficha.

Leon deixa escapar um sorriso de canto de boca enquanto recebe a confirmação de seu pedido. Aquilo era ótimo para os planos do Ventrue, agora ele tinha a desculpa perfeita para tratar com membros de outros Clãs.

Leon sentia o olhar de Esther cair sobre ele e seu semblante retorna a seriedade anterior. Estaria ela usando-lhe dominação? Ou será que ele já estava sobre efeito? Essa dúvida sempre lhe incomodava quando tratava com outros membros de seu Clã.

- Certo, senhora Van Hagen. Agradeço pela nomeação. Estou pronto para irmos ao Elisium quando quiser.

Ele pensa em falar mais, mas no momento prefere apenas esperar para ver as reações de Esther.