Aeroporto Internacional de Luxemburgo

Belmont havia feito um voo, na melhor dos casos, pacato..

Não havia flertado com as aeromoças, não havia rido com escárnio de nenhum passageiro, e, durante o voo, limitava-se a escrever em seu pequeno diário que mantinha sempre algum pequeno bloco consigo.

Também viajava sem bagagem, tudo que precisava seria enviado por seus associados e, costumava manter sempre o básico para seu conforto em cada uma das sedes das empresas.

Tão logo afasta-se daquele curral apertado, Cristoff pega seu celular, e, não desejando interromper qualquer assunto daquela que ainda não conhecia, apenas manda uma mensagem.

“Caríssima Andrea, cheguei a Luxemburgo, sendo instruído à procurá-la, não desejo ser maior inconveniente do que útil, logo, encontro-me a sua inteira disposição. Att, Cristoff Belmont.”

O camisa brincava com a ideia de aparecer de surpresa em um dos estabelecimentos da adorável Drusila e jogar o jogo de tentar achá-la, mas, por enquanto, ele iria se ater às prioridades... por enquanto...

O Canita gargalha em alto e bom som no meio do saguão do aeroporto, ele não era afeito a qualquer tipo de amarra que pudesse restringi-lo.

*Bem jogado animal...*

“Estou indo para lá agora, devo chegar em alguns minutos..”

Ainda rindo, Belmont se dirige ao serviço de limousine que já havia encomendado, um Humvee modificado sendo o motorista um empregado de sua empresa. Dentro ele encontra as poucas e parcas posses mundanas que costumava levar consigo e segue na direcao apontada do Elisium.

Klaus estava entretido durante a viagem com algumas notícias sobre como a Coca-Cola tinha feito seu nome e como suas ações estavam altas. Era meio familiar isso, afinal a química que permitiu que se chegassem a tal ponto e Klaus sentia essa familiaridade com a histórias dos refrigerantes pelo mundo, o que fora responsável pelos seus recursos. O Vampiro pensava que deveria se aprofundar um pouco nas finanças e conhecimentos mais sólidos em economia, dinheiro nunca era demais, tempo teria de sobra, a eternidade.

"Joelle, Joelle... por onde deve estar andando e o que anda fazendo?"

Klaus pensava em sua senhora, tinha um certo tempo que não a via, mas com certeza ela apareceria uma hora ou outra, ou com sua forma de manipular as pessoas como peões ou simplesmente sua frieza e arrogância inatas, mas tinha um apreço pela sua senhora, afinal, fora a responsável por conceder o dom da imortalidade e com isso, trazer para a vida de Klaus, conhecimentos jamais antes pensados, obviamente, pensava que havia muito mais a aprender e os séculos iriam sorver sua curiosidade.

Klaus desembarca do avião, guardando assim a revista na poltrona da frente, era apenas um momento de ficar alheio aos compromissos que tinha. Era um forasteiro na cidade e com isso, traria a tão rígida família da camarilla, uma certa estranheza pela sua presença. Mas sua função ali, por mais que não tivessem falado nada, deveria ser pela necessidade de se ter um linguista tão bom quanto ele...

Klaus sabia disso.

Junto com Anabelle, uma de suas lacaias, ele vai percorrendo o aeroporto, tendo afazeres comuns como pegar suas malas, todos os trâmites burocráticos. Era bonita sua secretária e alguém que no meio empresarial era imprescindível. Devagar, Klaus ajeita o paletó, e saca seu telefone, em algum lugar mais reservado, junto com Anabelle próxima. Disca o número de Abiodun Falouque, um conhecido Tremere e assim, aguarda.

Pelo saguão do aeroporto, Klaus nota um homem gargalhando em alto e bom som. Prontamente ignora, gostaria de sair dali e ir finalmente para o seu destino.

Klaus estava tranquilo, não era muito afeito a conversar e apenas diz sem delongas:

- Albrecth, Klaus Albrecht... Sr. Abiodun... estou no aeroporto, cheguei a pouco...

Albrecht escuta os ruídos e sons do outro lado da linha, eram sons de práticas cainitas, ou práticas tremere, Klaus não deu muita importância a isso e responde.

- Agradeço pela hospitalidade meu irmão, não há necessidade, devo ir para o meu lugar, até para me acomodar melhor. Creio que devo me dirigir à capela antes de tudo, fazer as apresentações formais, saber o que posso ser útil desde já. O que me aconselha?

Remí estava tendo uma noite agradável, mas ter que pousar em um aeroporto fazia com que ele se sentisse próximo demais com humanos...e ele não gostava de mostrar-se paciente.

Ele caminha altivamente pelo VIP louge dos vôos particulares ao sair do helicoptero. A figura magra e alta, usando óculos escuros mesmo sendo noite e um porte de modelo fotográfico, chamaria atenção pela aparência mesmo se não fosse difícil definir com certeza seu gênero. E a atenção que recebia, os olhares rápidos e as vezes comentários baixos, faziam aos poucos o humor do Cainita melhorar até que ele era a única preocupação de si mesmo.

- Lembre Jean-Pierre de que ele e Phillippe deve esperar aqui pelos demais. Não quero perder muito mais tempo neste lugar e você pode dirigir para mim esta noite.

Diz Remí assim que se encontra com a bela mulher que o aguardava, com traços orientais sedutores, sem nem mesmo  parar para cumprimenta-la. Ele continua seu caminho saindo do louge separado e indo diretamente para a saída, sendo seguido de perto pela mulher que se apressara em cumprir as ordens de seu mestre e apressadamente dava ordens pelo celular para alguém... O Toreador para apenas quando chega ao lado de fora, pela primeira vez tirando os óculos e observando a noite enquanto a mulher abre a porta de um carro preto luxuoso para que ele se acomode antes de ir trocar de lugar com o motorista, a quem Remí totalmente ignorara ao ajeitar-se no banco de trás do veículo.

Enquanto os carniçais trocavam suas tarefas e o carro partia para a noite de Luxemburgo, Remí pega seu celular e sem mais demoras liga para a primogênita de seu clã na cidade, decidido a agilizar os protocolos da Camarilla...

Por um momento Klaus reflete e logo decide, respondendo de imediato.

- Então, isso que farei... Irei me adiantar e ir me apresentar ao primógeno, após isso, poderíamos marcar uma uma reunião, é bom fazer amigos.

Klaus agradece prontamente e diz que em breve irá entrar em contato para conversar. Se despede e desliga o telefone, se vira para sua carniçal e pede o aluguel de um carro discreto, para ir ao encontro do primógeno.

Uma mensagem chega no celular de Pietro: "Me encontre no Ellisium. RM"