Ruas de Bruxelas

Laima ouve a pergunta de seu Primógeno e suas ordens a Rebecca, que logo parte pra cumpri-las. Então a Tremere o responde:


"- Como o Sr sabe cheguei a pouco, meus pertences foram levados a sua residência por meus lacaios, estava a caminho de lá por isso, ia buscar recursos para a caçada. Asim despreparada como estou acredito que só conseguiria realizar a Travessia Incorpórea, Colocar a Máscara das Sombras e se tivéssemos algum tempo poderia preparar um Dardo da Paz Eterna. Todos os outros rituais que conheço iriam requerer tempo ou não tem função em um cerco ou combate."  

Ela pensa por um segundo e prossegue:

"- Quanto as minhas habilidades Taumatúrgicas, são muito mais úteis em uma floresta, que é uma espécie de habitat natural para nós Tremere Teliavélicos. Inclusive as usei para rastrear o Assamita até aqui, até aquele momento ele não tinha nem mesmo um rosto. Posso ter diversos contatos com "fantasmas", mas aqui eles serviriam como informantes, não mais que isso. Para além, posso me transformar em animais, só preciso de um pouco de sangue da espécie que desejo. Em um caso de combate em locais com chão de terra posso elevar minhas capacidades físicas drenando o poder da terra. Assim como qualquer árvore pode me servir de proteção e esconderijo. Tenho talentos bem básicos nas artes da Dominação e dos Auspícios. Sem dúvida sair do isolamento de minha terra será importante para aprimorar minhas habilidades. Infelizmente, nesse momento, essas habilidades e minha determinação são tudo o que posso oferecer."

Ela estava um pouco envergonhada por estar tão despreparada, mas claramente já havia aprendido sua primeira lição: As cidades são sempre perigosas, esteja preparada para tudo!

Assim que termina de falar seu celular toca. Era uma mensagem de Leon e ela repassa a informação:

"-Sr, Leon está dizendo que o Assamita não está sozinho, não disse se são humanos e isso comprometeria a Máscara ou se são Lacaios. Disse também que logo enviaria mais detalhes."

Ela responde a Leon:

# Ele está acompanhado de humanos ou lacaios. Já sabe pelo menos o andar que ele está hospedado? Precisamos iniciar o desenho de um plano. Não deixe que ele te perceba ou não teremos a vantagem da surpresa. Aguardamos mais informações, estamos no mesmo lugar #

A Escondida começa a caminhar pelas ruas de Bruxelas e dá uma olhada em seu relógio, notando que em breve deveria se recolher para descansar. Deixando isso de lado, ela continua sua caminhada noturna nas ruas próximas ao Elísio para se familiarizar com o ambiente.

Apesar de não estar procurando nada em específico naquele momento, se Zarinah reconhecesse um hotel, seria de grande utilidade.

O telefone com o número dado às pessoas durante as reunião do grupo de caça toca. Era Henry o toreador.

Leon recebe a mensagem em seu celular no mesmo instante que a jovem lhe dirige a palavra. O Ventrue já possuía um quarto, agora precisava improvisar com o que tinha. Ele sorri para a jovem e diz de forma calma:

- Sim senhorita. Por favor, quero que me diga em qual quarto o Príncipe se encontra e quantos estão com ele. Depois disso quero que volte ao seu trabalho normalmente e quando eu voltar ao Hall quero que me acompanhe até meu quarto.

O comando estava dado, agora devia esperar a reação da jovem e o término da reunião do gerente e do Assamita. Logo em seguida, seu telefone começa a tocar e Leon logo checa para ver quem se tratava. O Ventrue não esperava por isso, então logo sorri para a jovem e diz:

- Se me der licença, tenho uma ligação para atender.

Dito isso, Leon espera a jovem se afastar e atende de forma calma:

- Pronto.

Off:
Leon usou Hipnose - 5 sucessos.

'- Ele, a esposa e o filho estão na nossa suíte master, Sr. Kennedy. Sua suíte, a 901, é logo embaixo da deles.' - comenta a recepcionista, deixando Leon com a chave e voltando para a recepção.

Era bom saber que alguns hotéis ficavam próximos do Elísio. Achava que se hospedar em algum deles facilitaria bastante sua locomoção e a deixaria, aparentemente, mais segura caso ficasse em perigo. Esquecera-se de pedir ao seu Primógeno um espaço nos esgotos para montar um refúgio e se lamenta por isso não tê-lo feito quando teve a oportunidade.

Ia caminhando, observando as fachadas dos hotéis quando percebe que estava sendo observada. Ela não se impressiona com isso e se dá conta que o Elísio já fosse de conhecimento dos inimigos, o que excluía a suposta segurança de se viver próximo do Elísio. Sem se importar em ser observada, Zarinah continua caminhando como se absolutamente nada estivesse acontecendo. Um caminhar cadenciado, tranquilo, digno de uma lady da alta sociedade, mas seus olhos procuravam um beco para poder tentar despistar o que quer que fosse que a observava.

Até aquele momento ela estava se sentindo até tranquila, mesmo com os olhos sobre si. Mas quando seu nome sussurrado é ouvido, ela se vira e observa o ambiente, não encontrando nada. Engole em seco, mesmo não precisando disso e o desconforto era como alguém arranhando uma lousa e causando arrepios em sua espinha.

Seu caminhar cessa. Zarinah gira cento e oitenta graus e observa a rua, os prédios e todo o ambiente, mas não encontra nada. Ela semicerra os olhos e tenta perceber alguma coisa. Não era uma covarde e então diz:

-Mostre-se, quem quer que seja.

"- Perdão se o interrompo, monsieur Kennedy, mas por questões adversas, faz-se necessário que o avise que estou deixando o grupo de caça. Ficarei distante de tal empreenda. E infelizmente também não consegui nenhuma informação relevante até o momento."

O tom de voz diminui.

"- Apenas que aparentemente tem mais gente interessada em seu fracasso do que imaginava. Tenha boa sorte."

O Ventrue fica um tanto quanto impressionado e irritado ao mesmo tempo. Aquilo devia ser alguma piada, mas sem duvida Leon jamais se esqueceria dela.

- Ok senhor Sung. Agradeço pela informação. Tenha uma boa noite.

Não sabia se era uma jogada dos Toreadores ou apenas de Henry, mas ao menos era melhor que pulassem realmente do barco agora do que quando Leon precisasse realmente de ajuda para remar.

Assim que desliga Leon respira profundamente e olha seu celular. Havia uma mensagem piscando na tela com o nome Laima. Ele aperta o simbolo na tela e começa a correr os olhos pelas letras enquanto começava a se acalmar.

SMS: "Suite Master. Está acompanhada da "mulher e filho". Não sei dizer se são vampiros ou carniçais."

Após enviar a mensagem, Leon olha na direção da porta da sala, esperando que a conversa não se alongasse muito mais.

"- Boa noite."

Se despede de forma educada, e desliga o telefone.

"- Sim senhor, eu posso ser a isca!"

Ela ouve o toque de mensagem, lê e informa ao grupo:


"- Leon disse que o assamita está com a esposa e o filho na suíte master, ele não sabe se são humanos comuns, carniçais ou vampiros."

'- Mande Leon descobrir o máximo que puder sobre eles, roubar os cadastros e abortar a missão em seguida.' - diz Esther em tom enfático, surpreendendo Ulf-Jurgen e Laima. A Ventrue olha para os dois e comenta:

'- Não precisamos ter a ansiedade humana. Sabemos onde estão. Podemos investigar. Se forem três Assamitas seremos quatro contra três sendo que não sabemos o nível de poder deles e nem que tipo de armamento eles podem ter consigo. É imprudente um ataque agora que sabemos que ele não está sozinho.'

Leon nota a porta de abrir e logo o maldito Príncipe surge pela porta. O Ventrue calmamente se põe de pé e tenta analisar os movimentos do assassino. Será que seria bom usar mais sangue para se fortalecer?

No fim, aquilo não havia sido necessário, mas o Principe havia lhe chamado de Van Hagen e feito uma suposta ameaça ao seu grupo. O Ventrue não retruca, pois sabia que se o fizesse poderia expor ainda mais a posição de ambas. Leon pega seu celular uma ultima vez e digita nova mensagem.

SMS: "Ele sabe de vocês. Não abaixem a guarda."

Talvez fosse melhor voltar e montar novo plano, mas poderiam nunca mais ter a chance de pegar o trio se isso acontecesse. Leon então guarda o celular no bolso e segue para a sala do gerente com um semblante sério, pois não esperava encontrar mais o velho com vida.

Girando em seu próprio eixo, Zarinah sente o medo aumentar consideravelmente. Se fosse humana estaria suando em bicas e estaria tremendo como se estivesse em um ambiente com cinquenta graus negativos.

Ela tentava encontrar quem a vigiava até uma voz adentrar sua mente:

-Pelo menos tenho mais educação do que você terá em séculos.

Dizia entre dentes, tentando esconder o medo que a inundava.

-Uma....criança...?

E aos poucos ela vai seguindo até o beco que tinha visualizado. Enquanto segue para o beco, ela fala mais uma vez:

-Mostre-se....e venha conversar......um pouco.....

Continuava seguindo ao beco com cautela. O medo era estarrecedor.

Esther surpreende Laima com as ordens que pede pra que chegassem a Leon. Assim que pega o celular, uma mensagem do Ventrue surge na tela e ela resmunga

"- Droga... - e se dirige a Sra Van Hagen tranquila mas visualmente irritada por perderem a vantagem - Ele sabe de nós! O maldito assamita sabe que estamos aqui! Leon pediu que não baixássemos a guarda mas não disse como sabe isso e nem se acha que seremos atacadas, ele não pode imaginar que depois do homem me perseguir com uma bazuca eu andaria pela cidade com 'a guarda baixa', isso nem faz sentido."

Ela bufa e pergunta:

"- As ordens para Leon estão mantidas Sra Van Hagen? Devo transmiti-las?"

Laima aguarda a resposta com o telefone na mão, pronta para transmitir as ordens a Leon.

'- E será que a sua educação vai lhe salvar essa noite?' - diz a criança entre risadas.


Zarinah se vê então rodeada de inúmeras crianças, mas todas tinham suas caras deformadas que as deixava com um aspecto assustador. Elas corriam em volta de Zarinah repetindo:


'- Zarinah vai morrer! Zarinha vai morrer! Zarinah vai morrer!'


A Nosferatu sentia o medo consumir sua alma e não enxergava mais saída no beco. Parecia estar em uma rua que não tinha entrada e não tinha saída. Parecia não ter para onde correr.