Villa Knopf - Refúgio de Mafalda du Randt

Situado na margem do Rio Ill, há poucos metros do Parc de l’Orangie e há algumas quadras de distância do Palais de Rohan, Villa Knopf é um casarão construído em 1904 no estilo art nouveau. Uma vez pertencente à outrora próspera Família Knopf, hoje o prédio histórico foi restaurado e adaptado pelos novos proprietários.



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Logo que desperta, Mafalda puxa seu iPhone 11 e tem a face iluminada pela tela. Era a única fonte de luz que quebrava o breu até a vampira sair de seu pequeno bunker. Ainda com o foco na tela do celular - informando-se das notícias locais e das redes sociais - a Brujah seminua atravessa a sala até se sentar numa poltrona confortável. Não era uma casarão enorme, como outras mansões, mas tinha seu luxo. Mafalda priorizava discrição.

Poucos minutos após se acomodar toda torta, com as pernas apoiadas no braço da poltrona, chega um dos seus lacaios com uma caneca alta contendo o líquido precioso. Apenas isso é capaz de tirar a atenção da Brujah da tela do celular. Ela vira o rosto em direção a David e pega a caneca, enquanto manda um selinho no ar como agradecimento. O homem - todo tatuado, trajando uma jaqueta de couro com spikes e exibindo um corte moicano - devolve com uma piscadela e se retira.

Entre goles da caneca, deixando um bigode escarlate o qual limpava depois com a língua, ela deixa escapar o pensamento em voz alto:

"- Xô ver o que a rapariga tá fazendo..."

Mafalda liga para a Giovanni Antonella. Ao momento que ela atende:

"- E aí, monamour? Pronta para estourar essa marimba hoje? Bora dar um role?"

Mafalda dá um risinho abafado para não deixar transparecer na ligação. A tensão com a queda das cidades vizinhas deve ter deixado os membros um pouco mais sensíveis a certas palavras. Ela responde de forma esportiva:

"- Não é estourar algo de fato, ma chérie! É apenas uma gíria desses jovens que vi recentemente na internet. Uma mulher de seios bem fartos repete isso algumas vezes. Como eu posso traduzir isso... Eu estou chamando você para marcar presença. Vamos no Elísio? Aceita?"

A Brujah aguarda a resposta, com um sorriso nos lábios, enquanto desliza um dos dedos nas bordas da caneca.

'- Eu já estou entrando no Ellisium, Mafalda. E pelo que vejo, você é quem está atrasada para o Pronunciamento do Príncipe...' - diz Antonella, entre risos.

* Pronunciamento? *

O sorriso da Brujah se dissipa apenas para ressurgir em uma risada nervosa.

"- Vixe... Pronunciamento, é? Hahahaha... Sustenta aí que eu vou só lavar partes! Beijos."

Mafalda desliga a ligação e entorna o resto de sua bebida em um gole só. Como se a poltrona fosse feita de fogo, a vampira dá pulo e já se põe de pé, andando para quarto - deixando a caneca no primeiro apoio que encontrasse - já aos berros:

"- DAAAAAAAAVID! CORRE, CARALHO! ARRUMA O CARRO QUE EU TÔ ATRASADA!"

Largando peças de roupas no chão, a Brujah arranca do cabide a roupa que já estava separada e vai ao espelho retocar a maquiagem e arrumar o cabelo. Ao terminar de se arrumar, veste o casaco, com as armas já separadas. Duas borrifadas de perfume e desce as escadarias, já tomando a chave do carro das mãos do lacaio.

"- Cuida de tudo, tranca tudo, liga os alarmes e qualquer coisa liga. Beijo, beijo e deseja boa sorte pois que tô fodida..."

Mafalda possuía um robusto blindado no estilo militarizado, o qual de certa forma contrastava com o seu perfil mignon. Uma última conferida no batom vermelho pelo retrovisor e nas mechas do cabelo...

"- Fodida porém gostosa... Impressionante como tempo só te valoriza..."

Rindo da própria besteira, Mafalda arranca o carro em direção as ruas de Estrasburgo.