Yab-Yum - (Refúgio D'Vneau)

'-Chegamos, meu caro. Muitíssimo obrigada por tudo. Lhe aguardo amanhã, sim?' - Comenta enquanto estende a mão para se despedir e depois seguir para seu descanso.

Era provinciano demais. Kitsch. Quiçá paradoxal. A casa de cavalheiros de  D'vneau era um mar de contradições na cabeça do Toreador. Quem diria que dentro daquelas paredes em enxamel, tão retrógradas, ocorreriam possivelmente os atos mais depravados que aquelas terras presenciariam? Alexsander sorria, deliciando-se com as sinuosidades que sua mente viajava, voltando a si quando a Malkavian lhe cumprimenta.

'- Bien sur, mademoiselle...'

Ele recebe a mão da Ancillae, beijando suas costas levemente com seus lábios descarnados e pálidos. Ele lança um olhar para a filha da Lua, despedindo-se de vez da mesma. Assim que a mesma fecha a porta ele se vira para Jean-Paul e fala:

'- Partamos, mon cher. Preciso descansar.'

E assim o carro se vai, atravessando sob o céu mais escuro daquela noite, prenunciando a vinda do roi-soleil.


Segue nas Ruas de Estrasburgo.

'- Até amanhã, bela rosa.' - Drusilla se despede do Toreador e segue para o seu refúgio.

Ao adentrar no Yab Yum, a lunática se permite o deleite daquele ambiente milimetricamente decorado à perfeição. Caminha a passos lentos até a entrada central rodopiando suavemente como se daçasse ao som do silêncio. Ela se senta por um momento em um dos degraus da escadaria e se põe a observar o lustre. A transparência dos cristais refletindo fragmentos daquela sala, a dor dos seus ferimentos lhe lembrando dos acontecimentos da noite.

Ela se ergue e lentamente caminha rumo aos seus aposentos. Lá entrando põe a Senhorita Edite (uma de suas bonecas) em seus braços e fala:

'- O teatro hoje foi cansativo, Srta. Edite. Não gosto de peças tão longas... me cansam. Acho que já é hora de começarmos a sinfonia e fazer essa cidade dançar de acordo com a nossa música... Agora vamos dormir.'

E, sem mais, a filha da lua se entrega ao doce sonhar.

A manhã transcorre sem maiores tumultos e, com o içar da Lua, a Malkaviana desperta de seu sono imortal.

As chagas da noite anterior ainda marcavam o corpo da donzela que, com alguma dificuldade, se senta na cama e, com um mal pressentimento se põe a encarar seu reflexo no grande espelho barroco de frente a si.

* Os uivos da noite descerão dos céus e, assim, os os primeiros cairão...*

Fazendo uso do seu sangue a Lunática recupera mais um pouco da sua vitalidade e se levanta.

*Fome...*

Drusilla vai ao closet e separa 2 conjuntos de roupa. O primeiro um vestido preto na altura dos joelhos com mangas longas em flair, simples, mas de muito bom gosto. O segundo um suntuoso vestido longo vermelho.

A cainita toma seu banho, se maquia, veste-se, pega um dos seus celulares burners e envia mensagem ao seu aliado facilitador:

SMS: Querido, boa noite. Drusilla falando. Assim que puder, por favor, me consegue entrevista com 2 assistentes pessoais e 2 investigadores particular. Você sabe como eu trabalho. Apenas os melhores dos melhores. Lhe aguardo mais tarde. Beijos.

A Lunática manda então uma SMS para Cristoph e, por fim, para Agatha.

A Malkaviana então desce as escadarias vendo como andavam os últimos preparativos e dando as últimas instruções para o Staff antes da inauguração da casa e de partir para os esgotos.

Off: Drusilla gastou 5 pontos de sangue e curou 1 de agravado.

Tudo estava como esperado e aquilo agradava a Malkaviana, mas a aproximação do chefe de segurança lhe parece estranha.

* Mas já?*

Drusilla sorri de forma cortês para o homem que lhe falava e indicando para que ele a seguisse vai se dirigindo a uma das salas reservadas do térreo.

'- Claro, venha.'

Ao entrarem na sala, a filha da Lua fecha a porta e indaga ao segurança:

'- Diga, Charles. Temos algum problema?'

Mais uma vez a Malkaviana sentia um nó em sua garganta e estomago. A sensação de tragédia eminente lhe levavam para além do mero desconforto, mas, diante da presença daqueles segurança, a cainita mantém seu semblante calmo e responde:

'- Entendo. Já solicitei à Belmont Security um contingente de mais 10 seguranças armados. Crê que seja o bastante, Charles, ou precisaremos de mais?'

Ainda sentindo a angustia em seu peito, a cainita segue:

'- Venha, me acompanhe.'

Drusilla se retira da pequena sala de reunião e caminha até a pequena sacada próxima à entrada se pondo a observar as pessoas, o canal e as Árvores como quem, em contemplação, busca uma resposta para as dúvidas internas da Alma.

'- Diga-me. Quais os nossos pontos mais vulneráveis?'

Enquanto aguardava pelas respostas, a lunática busca nos padrões do universo uma iluminação sobre o que estava por vir.

OFF: Drusilla usa o poder Olhos do Caos.

A noite contava à Drusilla seus segredos e ela os escutava com atenção.

Diante das respostas que o destino lhe concedia, a Malkaviana olha para Charles e diz séria:

'- Obrigada pela preocupação, Charles, mas a inauguração irá acontecer. Reforce a segurança externa. Se tiver o contato dos seguranças que trabalhariam na Lux hoje pode contratá-los e aumentar o nosso contingente. Eu contratei vocês porquê são os melhores, mas conheci o Alaric, dono da Lux. Ele deve ter contratado pessoas minimamente competentes.'

*Pelas 7 luas do inferno, que pandemônio se revelará nesta noite?*

Drusilla manda uma mensagem para Agatha. E, preocupada, vai caminhando para fora da mansão rumo aos esgotos onde seria encontrada por algum enviado de Carlent. Apreensiva, a Malkaviana ativa os seus auspícios.

* Meu sangue será derramado está noite, mas essa cidade cairá aos meus pés ante do fim da minha não vida.*

Agatha chega até o Yab Yum com seu novo servo e se prepara para sair do carro pausando por um minuto para observar o local e seus arredores. Os últimos acontecimentos haviam deixado a tremere um pouco paranoica.

O percurso fora tranquilo, o que fazia com que o Brujah quase esquecesse a sensação ruim que o acompanhará durante a viagem e a tensão do Trem, QUASE!

Ele via a claridade antes de chegar ao local e já sabe que a merda havia espalhado até a louca..

*Nao é uma boa noite para ser insano..* - fala lembrando-se de Murdock.

O Brujah cerra as presas e controla a vontade de sugar até a última gota da vitae do maldito taxista simplesmente pelo fato dele existir..

*A sorte dele está melhor que a minha hoje... *

“-Passa ao lado dessa merda devagarzinho irmão, só pra ver que merda foi essa, depois toca para o (Endereço do Elisium).”

Ele tenta observar todos que eram dignos de nota no local antes de se recostar no banco de trás do carro..

Se fosse capaz de chorar, talvez Cristoff chora-se, ele havia, numa única noite, perdera o que levará décadas para construir, amizades, aliados, lacaios, fortuna, mas, ainda assim, ele apenas talvez choraria.

*Hora de encarar os novos bacanas!*

A Feiticeira olha abismada para o inferno que tomou conta do Yab Yum. Seu primeiro instinto é correr até o edifício em chamas gritando por sua amada imortal mas o medo primitivo do fogo a impede de fazê-lo. 

Reunindo suas forças, ela liga para a Drusilla mas a gravação lhe informa que o número estava desligado ou fora da área de cobertura. Uma pequena lágrima rubra escorre do rosto da Tremere. Uma única lágrima carregada de pesar e ódio, muito ódio. 

Agatha sabia como o mundo funcionava e não acreditava na sobrevivência de sua amada. Mandaria uma única mensagem por desencargo de consciência. 

SMS: Dru, o Yab Yum está em chamas! Me diga que está bem por favor! Me ligue assim que possível!


Baixando um pouco o vidro a Feiticeira usa dos seus poderes para observar o mundo espiritual mas não encontra nenhuma indício de atividade anormal. Alguém fisicamente queimou o lugar ou assim deduzia Agatha. 

Sem querer também ficar exposta ao perigo Agatha decide ir até o refúgio do seu Ancião passa o endereço para seu lacaio pedindo que vá lá com toda a velocidade que lei lhe permite. 

*Eu juro que a vingarei mon amour, nem que leve mil vidas, eu a vingarei. Custe o que custar!* pensa a furiosa feiticeira enquanto o carro segue pelas Ruas de Estrasburgo para o refúgio do mais poderoso Tremere da região.

Percebendo que o que fizera aquela noite talvez tivesse levado parte de sua sanidade..

*onde diabos é o Elisium..*

... Cristoff pede que o taxista siga em frente por um tempo enquanto manda uma SMS a ambos os lacaios que sobraram..

SMS - "Endereço e quarto do motel que conseguiram.. E, tentem descobrir o endereço do Elisium daqui.."

E, logo depois, uma a Henry Donovan..

SMS - "Qual o endereço do Elisium de Estrasburgo? Royce não é mais confiável, qualquer envolvimento com ele será uma afronta direta à mim..."

Era uma aposta arriscadíssima, afinal, nenhum dos dois era a mais sutil das criaturas, e, Cristoff jamais poderia afirmar onde se situava a lealdade de Henry, caso quisesse, o mandaria para uma armadilha, ferido, só e aleijado..

Sem perder tempo, ou cautela, o fajuta rapidamente passa o endereço próximo a ambos os locais ao taxista, não iria parar nem em um, nem em outro, uma vez que depois daquela noite, Cristovao reaprendera que jamais deveria confiar em nada!

OFF: segue nas ruas de Estrasburgo.