Ruas de Estrasburgo

Drusilla havia passado as últimas noites entre Berlim e Amsterdã  resolvendo alguns últimos detalhes para a abertura do seu novo empreendimento.

O Yab-Yum inauguraria em breve e tudo deveria estar perfeito. Todos os pertences pessoais da Malkaviana já haviam sido previamente enviados e organizados em seu futuro novo lar e apenas ínfimos detalhes faltavam ser resolvidos para a concretização e oficialização de sua mudança. Infelizmente, mas fatalmente, dentre estes detalhes estava o fato de ter que se apresentar à corte e à Premógena local.

Com um nome e endereço em mãos, Drusilla, que havia acordado particularmente irritada com a desafinada cantoria da lua naquela noite, decide que em hipotese alguma entraria em um avião.

Luna parecia obstinada em errar um maldito Si de sétima da aria de Aida e a idéia de pegar um meio de transporte que fosse colocá-la ainda mais próxima daquela diva cacofonica era absolutamente impensável.

Sendo assim, Dru contrata um motorista particular para levá-la para Estrasburgo. A viagem era um pouco demorada, aproximadamente 4 horas pela Autoban 1, mas aquilo não lhe parecia um grande problema. Vidros fechados, ar-condicionado ligado e a boa opera de Carmina Burana tocando no som do automóvel era um bom descanso ao ouvidos da vampira que já estava realmente chateada com o astro lunar e considerava ter uma séria conversa com críticas pesadas a ele.

Após 4 hora de uma tranquila e agradável viagem, quando começa a enchergar os limites iniciais da cidade, a jovem cainita pega o seu telefone e envia um SMS para Agatha:

SMS: Cheguei, ma cherie.

Logo em seguida liga para Pandora...

* Glória a Deus! Finalmente o maldito si de Sétima.! - Pensa a Malkaviana ao ser atendida pelo histérico grito da Primógena enquanto deixa escapar um leve sorriso de canto de boca ao perceber que o grito do outro lado da linha harmonizava perfeitamente com o b mol que a lua insistia em cantar e que esta, vendo sua desafinaçao, adequa rapidamente seu tom.

Agradada com o que passava a escutar, Dru desliga o som do carro e abaixa os vidros pra "respirar" o ar da cidade enquanto meneava a cabeça lentamente de um lado para o outro escutando a, agora afinada, canção lunar.

Em seu breve devaneio nem percebe que o telefone voltava a tocar e, por isso, apenas quando este chama pela quarta vez, o atende.

'- Bravíssimo, minha senhora! Absolutamente magnífico. Muito obrigada, eu mesma já estava para gritar com ela... mas me perco em assuntos. Perdões. Aqui é Drusilla e você me ligou para eu lhe avisar que já estou na cidade.'

"Ora, minha senhora, mas quem carrega diamantes no porta-malas? Carrego sempre junto à mim... pena ser diamante de sangue. O sangue sempre pede seu preço..." - Responde Drusilla de forma polida e cortês

"Não me ofenda, senhora! Você sabe muito bem que diamantes são os melhores amigos de uma garota e que eu soi uma excelente garota amiga.. E inteligente... não sei porque, mas pareceu importante afirmar isso nesse momento... - Diz Drusilla de forma séria.

Retomando um tom mais explicativo Dru responde.

' Quanto à nova ordem, Senhora, não posso me livrar de mim mesma, Primógena. Seria um contrassenso...Eu sou a nova ordem."

Enquanto o táxi se dirige ao endereço encaminhado Agatha admira a cidade através da janela perguntando sempre ao taxista por informações quando passa por algo que chame a sua atenção.

Ao vê o motorista perder o controle de si e, consequentemente do carro, um sorriso sádico toma conta do rosto da Malkaviana que apenas comenta ao telefone em um último segundo antes de colidir com um poste.

'-Se segure, Primógena.'

A colisão é forte e arremessa o pobre condutor para fora do veículo. A Primógena também não se segura como havia aconselhado Drusilla e sai voando pra longe através do parabrisas quebrado.

* Que tola. Eu avisei.*

Protegida pelo sinto, Dru praticamente não é afetada pelo impacto. Ainda dentro do automóvel colidido, a malkava aguça seus sentidos e percebe, ao longe, seu celular na boca de rato que entrava por um boeiro.

* Eles são rápidos aqui Hahahahah... A Primógena vai conversar com os fofinhos.*

Antes que uma multidão se juntasse, a jovem cainita saí do carro que agora se encontrava em frangalhos e, com a calma que apenas é concedida aos loucos em situações como aquela, vai caminhando até um telefone público mais afastado e liga novamente para Pandora.

'- Quem é?' - diz Pandora irritada ao atender o telefone da chamada (que dadas as circunstâncias só podia ser a cobrar).


A lunática tinha o tom de voz irritado, mas ainda era possível reconhecer que era ela quem falava.

Protegida dos ouvidos humanos dentro da cabine telefônica, Drusilla conversa em tom ameno com a Sra. Do outro lado da linha enquanto, com tranquilidade, observa o movimento das ruas:

'- Ah, minha senhora, que bom que não se machucou ao cair no boeiro. Os ocultos são ótimos espiões, mas péssimo médico pelo que me consta. Bom, divago, mas informo que qualquer ordem que se movia em um bagageiro nem mais se move e nem em ordem está, no entanto eu preciso saber para onde ir. A lua apenas canta, mas se recusa a me passar maiores informações no momento.'

'- Vá ao Ellisium, eu lhe encontro lá.' - se limita a dizer, a Primógena.

Sem maiores delongas, Dru pega um táxi e segue para o ellisium

Lorenzo faz sinal para um dos poucos táxis existentes naquela hora. Cumprimenta o motorista formalmente e espera o taxista guardar a sua mala. Entra no carro e diz o endereço indicado pela mensagem.

O Giovanni vai desfrutando da paisagem daquela cidade que mesmo sendo tão tarde da noite continuava sendo esplendorosa.

*Então aqui que será minha nova moradia por tempo indeterminado. Não é nada mal. Vou gostar de ficar por aqui.*

Albertus Giovanni não parecia ser de muita palavras, e durante o percurso ele demostra isso de forma mais que significativa, ignorando completamente a presença de Lorenzo ao começar a ler o jornal como se estivesse sozinho.

Mesmo aquilo incomodando Lorenzo, o Giovanni prefere não demonstrar seu desconforto e começa a apreciar a música clássica, pois nos tempos atuais aquele gostoisical era raridade.

Enquanto ouvia a música e olhava a paisagem, o Necromante se depara com um local que olhando de primeira parecia terreno comum, mas para manipuladores de magia se podia sentir uma força espiritual gigante.

O Giovanni pogarreia.
- Desculpe meu caro Albertus, mas que lugar é esse? Ele está emanando uma poderosíssima energia espiritual. Lorenzo aponta para o terreno de muro cinza.

Lorenzo fica muito interessado naquele ambiente... Poderia extrair muito poder daquele lugar.

- Gostaria depois de saber mais sobre esse lugar e sobre futuro planejentos em relação a ele.

O Giovanni apenas seguia lendo seu jornal.

 Quando a Narração indicar que a cena continua em outro tópico, a postagem referente a ela deve ser feita necessariamente no outro tópico.