[Ellisium] Palais des Rohan

O taxi deixara Alaric ao lado do Palais des Rohan, o Elísio sobre o qual Van Hagen havia mencionado.

O Lasombra observou ao redor, enquanto caminhava pelas ruas, e viu a entrada principal daquela imponente construção barroca, cravada no coração do burgo francês. Esperava que aquela não fosse uma hora de visitação comum de um complexo de museus mas, se não fosse interpelado, entraria sem alarde pela porta da frente.

O Guardião fora, finalmente, abordado pelos seguranças Elísio. No entanto, sem se abalar com a tez carrancuda dos guardadores do Elísio, respondeu amigavelmente.

- Bon soir. - respondeu, com um sorriso amistoso no rosto. - Estou aqui a pedido de monsieur Louis Van Hagen, acredito que devam saber de quem se trata.

Após anunciar seu destino, Alaric foi levado pelos seguranças até a presença do primógeno. Passando pelo corredor de espelhos, o Guardião não conteve um leve sorriso divertido diante da reação dos lacaios, que certamente ficaram confusos com alguém que não aparecia neles.

Já no saguão, rapidamente o Lasombra notou a presença de seu anfitrião. Era um homem primorosamente bem vestido, trajando um terno impecavelmente alinhado, com os modos de um lorde inglês e a voz melíflua e envolvente como uma rapsódia de Liszt. De fato, tinham muito em comum.

- Bonsoir, monsieur Van Hagen! Folgo demasiado em conhecê-lo, Louis, se me permite a ousadia de chamá-lo pelo primeiro nome. - fez o adendo, em um tom amistoso e um sorriso irretocável no rosto. -  É com enorme alegria que volto à França depois desse quase século de afastamento, e fico profundamente grato por estar me recebendo, monsieur. Trago as melhores recomendações de Milão e de meu senhor, Giangaleazzo, à Côrte de Estrasburgo.

O taxi deixara Drusilla ao lado do Palais des Rohan, o Ellisium mencionado por Pandora.

A Malkaviana observou os arredores e seguiu calmamente rumo à entrada principal do local.

'- Boa noite, senhores, Sou Drusilla D'Vneau. A Srta. Pandora pediu para que a encontrasse aqui. Creio que o Senhor deste recinto também já me aguarde.' - Responde de forma absolutamente coerente e cordial.

Ao contrário do que poder-se-ia crer das conversas anteriormente tidas naquela noite, Drusilla era, na maior parte do tempo, muito inteligível e condizente no seu trato com os demais. Inobstante, sua alta empatia e convivência com o próprio clã a permitiam "compreender" a loucura alheia e responder de forma empática aos devaneios a que era submetida.

Agatha sai logo depois de Lord Snape ainda segurando a sua mão. Ela olha o ambiente ao seu redor tentando prestar atenção aos detalhes. A jovem delicadamente solta a mão do feiticeiro e expõe o pensamento em voz alta:


"- Fascinante este ritual. Preciso aprendê-lo tão logo quanto possível. Será uma ótima adição as capelas que serão erguidas."

Ainda mantendo sua postura educada, a jovem aguarda novas instruções.

Alaric sorriu de forma agradável, em anuência, quando o primógeno o chamou pelo nome.

- Fico feliz que tenhamos abandonado essas formalidades tão cedo, Louis. Um amigo de Giangaleazzo e de Milão, certamente é meu amigo.

Caminhou junto de Van Hagen até a poltrona, fez uma pequena pausa, então continuou.

- Temos aqui uma grande oportunidade para um recomeço entre as nossas famílias, então. Conte comigo como um aliado.

Fez uma nova pausa, então prosseguiu.

- Estou ansioso para conhecer o Príncipe Loki.

Drusilla adentra ao salão do Ellisium e percebe algumas poucas pessoas as quais ela não conhecia ou se importava conversando. Não vendo grande necessidade de puxar assunto com qualquer deles, a Malkav simplesmente busca uma cadeira e se senta de forma recatada e singela e fica a observar o salão.

* Borboletas azuis morrem sempre que a lua sangra... porque será?*

 

A Feiticeira segue em silêncio com o Tremere pelos corredores do Ellisium. A jovem passa por dois outros homens, mas apenas nota suas presenças em silêncio enquanto segue com o vampiro mais antigo.  

Quando finalmente encontra o Príncipe, Loki Van Hagen, Agatha fica levemente surpresa. Não esperava que ele fosse tão bonito e encantador. 

*Um verdadeiro príncipe encantado... Interessante. Ele não é apenas poderoso enquanto cainita...*

O Príncipe interrompe o ancião Tremere e apesar de não demonstrar, uma parte da Feiticeira fica tensa por apenas um segundo. 

Ao ser recebida pelo príncipe, a feiticeira sorri, cumprimenta o príncipe segurando os lados de seu vestido e colocando um calcanhar na frente do outro fazendo uma leve reverência como manda a etiqueta. 

Com uma voz gentil, a vampira responde:


"- É um prazer conhecê-lo Príncipe Van Hagen."

A jovem entra dentro da sala depois do irmão de clã fechando a porta atrás de si e se coloca elegantemente posicionada na frente do príncipe para conversarem. 

Sendo uma mulher estudada, a jovem reconhece vários dos deuses pagãos ali presentes e a presença dos vários deuses da trapaça, incluindo aquele que nomeia o dono do escritório, sinaliza positivamente as impressões da cainita.

A Feiticeira se acomoda em uma cadeira ao lado do Ancião de seu clã. Aguardo em silêncio enquanto o mesmo fala e para sua surpresa lhe nomeia como sua secretária. A supresa era bem vinda e já posicionava a ambiciosa cainita na sociedade vampírica de Estrasburgo. 

Sem perder a sua compostura, a feiticeira segue a deixa do avião para cumprir com as formalidades da Torre de Marfim: 

“- Príncipe Van Hagen, Eu, Ágatha de Belfour da Casa Tremere, o peço permissão para me estabelecer em Estrasburgo e me coloco a disposição do seu principado e da Camarilla.”

A tremere gostava de formalidades. Acreditava em ordem cronológica hierarquia como toda boa tremere e tinha muito respeito por tradições e rituais, mesmo os mais simbólicos e sociais.

Apesar de sua desconfiança, a feiticeira sabia que não poderia faltar com a etiqueta com um príncipe ventrue e aperta a mão de Loki com um sorriso estampado. 


“- Obrigada. Me esforçarei para seu útil nesta cidade. Com a sua permissão meu senhor, gostaria de ajudar a monitorar as atividades sobrenaturais das outras criaturas nesta região. Existe mais alguém que trabalhando nisso?”

- Lord Severo Snape... - disse, repetindo as palavras do Ventrue, enquanto observava intrigado o Senescal e a feiticeira estranha que lhe acompanhava cruzando o salão.

- Bem, isso significa que temos mais algum tempo para conversar antes de termos com o Príncipe, não é mesmo, mon ami? - completou, com um sorriso ameno e uma expressão de genuíno interesse.

O fato de Snape ter praticamente ignorado a presença de Van Hagen, tendo inclusive passado à sua frente na ordem de visita ao Monarca da cidade, era uma flagrante quebra de protocolo que podia ser um indicador de que o Tremere não considerava o primógeno Ventrue digno da deferência. No entanto, Alaric apenas afastou a ideia e preferiu apenas tomar nota, deixando suas conclusões para quando seu quebra cabeças tivesse mais peças.

- E como está Estrasburgo, Louis? Existe algo com que eu deva me preocupar antes de fechar os olhos pela manhã? - disse, num tom descontraído, mas a pergunta era séria. Não foi apenas o desejo de novos ares que trouxera o Lasombra para o burgo francês.