Os Esgotos de Bruxelas

Ferida e sentindo o peso do sol em seu íntimo, Zarinah consegue chegar aos esgotos com certo esforço. A umidade do ambiente e o cheiro a deixavam com uma sensação de bem estar e aconchego.

Lembra-se vagamente que tinha sido conduzida através de um buraco para chegar a Gaston Leroux por um rato e começa a tatear as paredes do Esgoto para ver se encontrava alguma passagem semelhante. Tinha que estar protegida enquanto o sol brilhava no céu.

-Maldita...maldita

Murmurava enquanto tropeçava e seu rosto era lavado pelo esgoto. A dor nos seus olhos continuava e ela pensava sobre a libertação que recebera de Milorde. Se sentia muito grata por isso e faria de tudo para derrubar a Camarilla.

Continuava tateando em meio ao esgoto a procura de um local seguro quando um estalo lhe vêm à mente:

*Ele teve que arrancar meus olhos para que eu visse a realidade que estava à minha frente. Como fui tão burra todo esse tempo?*

Ferida, cansada, suja de esgoto e com um ódio crecente em seu peito, Zarinah consegue encontrar uma galeria que aparentemente ficava longe das galerias principais e era seca. Se era segura? isso ela iria descobrir quando despertasse na próxima noite.

Antes de se aninhar em um canto, a Nosferatu pega seu celular e digita algumas mensagens para seus carniçais com algumas ordens diárias. A digitação é difícil e demora mais do que ela queria e agradecia que tinha decorado o número de telefone dos dois.

Após essa tarefa complicada, Zarinah se acomoda como pode e resolve descansar para a próxima noite.

Ela desperta, ainda sem os olhos, em um lugar desconhecido. Sua vontade era sair dali o mais rápido possível e ir encontrar a voz que se auto-intitulava Milorde. Em silêncio, ela tenta perceber alguma presença no ambiente e enquanto faz isso, ela usa seu sangue para se curar um pouco. Queria ficar completamente curada para não levantar suspeitas irrelevantes sobre Milorde.

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OFF: Usado 5 pontos de sangue para curar 1 agravado

Quando se dá conta, Zarinah percebe presenças no recinto e se assusta um pouco com isso. Estava ferida, apesar de ter se curado um pouco há poucos segundos, mas seus olhos eram uma vantagem da qual ela não tinha como abrir mão se as presenças fossem inimigas.

-Quem....quem está ai?

O medo em sua voz era presente e ela tenta se curar mais um pouco, sentindo um colchão abaixo de si e os cheiros predominantes do esgoto, talvez fosse Gaston e Cara de Rato que estavam presentes e ela queria muito que fossem eles em vez de estranhos. Alguém tinha movido a Nosferatu de onde ela tinha se acomodado no fim da noite anterior.

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OFF: Usado 1 de fdv e 5 pontos de sangue para curar 1 de agravado

 Por baixos pontos de sangue, Zarinah Schartz tem que testar seu autocontrole para não entrar em Frenesi.

Tinha sido uma completa tola. Achou que estava em perigo e acabou fazendo uso errado de seu sangue, deixando-a completamente à mercê do frenesi. Mas era apenas seu primógeno que a tinha "resgatado" de onde estava e a tratava de forma agradável.

Seus olhos conseguem enxergar um pouco depois da cura, mas a Besta enjaulada e acorrentada urrava em seu íntimo para sair.

-Preciso......de......san.....

Mas era tarde demais. Em um impulso poderoso, a Besta consegue destruir as correntes que a prendiam nas profundezas do ser de Zarinah, destrói as barras das grades e toma conta do corpo da Nosferatu. Ela perde completamente seu controle e sua visão, antes embaçada, agora era puro vermelho e seu corpo estava em completa fúria. Não tinha como raciocinar naquele momento.

Zarinah poderia ser muitas coisas, mas não era burra ao ponto de não perceber o que tinha acontecido naquele lugar. Apesar da sua visão não estar cem por cento normal por causa dos seus olhos arrancados no fim da noite anterior por Milorde, que foi um preço muito pequeno a se pagar para que a realidade se mostrasse para ela, ela consegue ver que tinha dizimado Gaston Leroux e seus lacaios.

O corpo do Primógeno se desfaz quase imediatamente quando ela retoma sua consciência, enquanto que os lacaios estavam destroçados pelo local. Zarinah sente sua reserva de sangue completa e sente que seu poder tinha aumentado bastante. Olhando ao redor, ela começa a gargalhar baixo e aos poucos as gargalhadas ganham tom de loucura:

-Ha....ha....ha....HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!

E aquele som ecoa pelo refúgio do Primógeno. Matá-lo estava em seus planos para derrubar a Camarilla, mas achou que iria demorar um pouco mais para que isso acontecesse. gora era hora de limpar aquele lugar, mas uma lady como ela não faria aquele trabalho.

-Não preciso limpar esse lugar...pelo contrário, as Bestas da Lua que invadiram e mataram Gaston Leroux de forma agressiva e bestial e eu não tenho nada a ver com isso. NADA!

A Nosferatu então vai até onde tinha dormido e pega suas coisas, não deixando nenhum rastro de que esteve ali. Usa sua máscara das mil faces para cobrir sua aparência e segue para uma saída dos esgotos enquanto digita uma mensagem aos seus lacaios para que a encontrem em um endereço específico, precisava saber os detalhes sobre as tarefas passadas para os dois e a coisa mais importante da noite, encontrar Milorde.

A Nosferatu deixa os esgotos para ganhar as ruas de Bruxelas, não sem antes sentir uma necessidade tremenda em seguir a um destino específico. Milorde estaria lá.

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Próximo Post: Ruas de Bruxelas

Saber sobre o dom de premonição do príncipe deixa Zarinah preocupada. Milorde sabia daquela habilidade? Ela tinha que avisá-lo quando o encontrasse novamente.

-Agora que me disse que esses sonhos premonitórios acontecem, estou bem preocupada com nosso Primógeno.

Ela olha para o celular novamente, demonstrando que esperava uma chamada ou mesmo mensagem:

-E Monsieur Leroux não responde a mensagem que enviei e muito menos retorna a ligação.

Ia seguindo Cara de Rato enquanto conversavam.

-Você me dizendo isso me deia mais preocupada ainda. Espero que possamos encontrá-lo logo.

Mas quando os ratos se aproximam, Zarinah sente o perigo. Aqueles animais imundos do Primógeno poderiam e iriam denunciá-la dependendo da pergunta que Cara de Rato fizesse a eles. Ela não poderia deixar que seus planos junto ao Milorde acabassem tão cedo.

A maldição do momento era que a Escondida não ouvira o que o irmão de clã tinha perguntado aos animaizinhos.

"O que estão olhando.....desgraçados."

E no desespero do momento ela acaba atacando Cara de Rato por trás que percebe a investida, mas tarde demais para ele poder se esquivar. As presas de Zarinah cravam no pescoço de Cara de Rato e ele não consegue resistir ao beijo. Zarinah sugava o sangue de Cara de Rato sem se importar com as consequências. Era a segunda diablerie da cainita.

O conhecimento que ela tanto procurava começa a criar raízes em seu ser. Mas não era apenas isso que criava raízes junto a Nosferatu, Cara de Rato de alguma forma continuava vivendo através dela pelo odor característico do irmão de clã, além de sentir que sua pele ficava mais gosmenta do que já era. Ela olha para onde Cara de Rato deveria estar:

-Sinto muito Cara de Rato, mas tinha que ser assim. Sentirei sua falta, apesar de ter deixado um presente não muito agradável para mim. Até na morte final você conseguiu deixar sua marca irreconhecível de não se importar...viverá em mim eternamente agora, meu irmão de clã.

Ela cheira seu próprio braço e faz um som de desagrado, mas o poder que tinha adquirido valia muito a pena. Agora os ratos, com aparente medo, fugiam da Nosferatu e ela sorri.

-A não, não, não, não queridinhos. Voltem aqui....precisamos tratar de alguns assuntos.

Antes de seguir os roedores, Zarinah pega os restos mortais de Cara de rato e joga-os na corrente de esgoto para serem levados onde quer que desaguassem. Então, para evitar problemas, ela usa do poder da Ofuscação para ficar invisível. Ali no Esgoto, apesar de seu fedor recém adquirido, ela era completamente invisível.

Estando invisível, a Nosferatu segue os ratos para onde quer que eles estivessem indo. Pela direção, era o refúgio de seu falecido Primógeno, Gaston Leroux.

OFF: Usado Nível 2 de Ofuscação - Presença Invisível

Era o local onde a primeira Diablerie cometida por Zarinah tinha acontecido, o refúgio de seu Primógeno. Os ratos ainda não a viam devido à Presença Invisível da Ofuscação, mas a Nosferatu desfaz a invisibilidade quando percebe que estava segura.

Olhando nos olhos dos ratos, Zarinah usa de chiados e guinchos para se comunicar com os roedores e por fim faz uso do primeiro nível de Animalismo, Sussurros Selvagens para poder dar uma ordem aos animais:

-Se questionados vocês vão dizer que Gaston Leroux e Cara de Rato foram mortos pelos lobisomens. Em troca eu protegerei vocês e de vez em quando vocês farão algumas coisas para mim. Estamos combinados?

Os guinchos e chiados eram estridentes e aos ouvidos daqueles que não tinham animalismo, muito estranhos. Mas a Nosferatu sentia que tivera sucesso em suas ordens. Esperava uma resposta dos roedores:

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OFF: 3 sucessos na rolagem de Sussurros Selvagens

A Nosferatu sorri quando os ratos concordam. Na realidade eles não tinham a menor escolha.

-Obrigada. Agora se me dão licença.

Algumas pontas soltas estavam resolvidas, acreditava. Pensa em retornar ao Elísio, mas uma ideia lhe vêm à mente. A ideia de que alguém poderia tê-la visto saindo com Cara de Rato.

-Maldição.

A situação da Nosferatu ficava cada vez mais complicada, mas ela não iria se desesperar. No momento tinha uma missão dada por Milorde e iria concluir aquela missão de qualquer jeito. O problema era aquele cheiro que ela herdara de Cara de Rato. Aquela coisa que iria denunciá-la a partir de agora quando estivesse ofuscada.

Ela segue pelos túneis dos Esgotos, novamente ofuscada pela sua aparência habitual, a procura de uma saída segura para as ruas de Bruxelas.

OFF: Próximo Post - Ruas de Bruxelas